POR QUE A FALTA DE ÉTICA DAS PESSOAS
PASSOU A SER UM RESULTADO PREVISÍVEL?
PASSOU A SER UM RESULTADO PREVISÍVEL?
“De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar
a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os
poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da
honra e a ter vergonha de ser honesto”.
Rui Barbosa
Eu pensei muito antes de começar a
escrever sobre este assunto, tanto por ser delicado, quanto por ser abjeto, mas
acabei não resistindo.
Raramente eu assisto jogos de
futebol, pois, diferentemente da maioria dos outros esportes, onde as
manifestações emocionais são, na maioria, positivas, ou seja, de alegria, pois
independentemente do resultado final, seja qual for o time ou jogador para o
qual você está torcendo, sempre se marcam pontos, cestas, points e até gols, diferentemente do Futebol, onde você corre o
risco de ficar quase duas horas assistindo a partida, seja no estádio, no bar,
no clube ou em casa, sem ver qualquer resultado positivo, quando o placar pode
terminar em zero a zero.
Além disso, durante esse tempo todo
é mais provável que você venha a se estressar várias vezes, pelo gol anulado,
pela falta não marcada, pela falta violenta, pela deslealdade, pelo pênalti não
marcado, pelas falhas constantes dos jogadores, que só fazem isso e, por
conseguinte, deveriam, o tempo todo, fazer bem feito, mas não o fazem, etc.
Enfim, apesar de, teoricamente, ser um espetáculo, não raras as vezes,
tornam-se eventos entediantes e, pior que isso, estressantes. Obviamente
respeito muito as opiniões contrárias!
Mas, num certo de semana, mais precisamente no domingo
(03/03/2013) às 16 horas, resolvi “arriscar-me” a ter momentos de alegria vendo
futebol, independentemente do resultado final, pois sou londrinense e
curitibano, embora estivesse torcendo para o Londrina. Mas, se o Coritiba
tivesse ganhado o jogo honestamente, eu também ficaria satisfeito. No entanto,
todos sabem que não foi isso que aconteceu. Pelo contrário, o juiz, árbitro da
partida, não se sabe se por incompetência, desonestidade ou miopia parcial
(quando só enxerga-se um lado dos fatos), simplesmente deixou de marcar três
toques de bola nas mãos de jogadores do Coritiba, dois dos quais seriam
pênaltis, que, muito provavelmente, teriam revertido o resultado final do jogo
a favor do time do interior.
O replay de cada uma dessas faltas foi repetido várias vezes pela
emissora de televisão RPC, por diversos ângulos diferentes, os próprios
comentaristas, concordaram que houve o toque das mãos dos atletas do Coxa, mas,
prevaleceu a postura parcial do árbitro, que simplesmente “não viu” ou fingiu
que não viu qualquer um daqueles lances que, certamente, poderiam ser
convertidos em gols do Londrina.
Mas, lamentavelmente, isso não é um
fato isolado. No ano passado, no confronto entre esses dois times paranaenses,
o Londrina também foi seriamente prejudicado pela atuação vergonhosa do árbitro
da partida em favor do Coxa, também em dois ou três lances flagrantes e
incontestáveis.
Daí, as perguntas que não querem
calar:
1) Independentemente do empenho, da
competência, da dedicação, da garra e da superioridade dos atletas do Londrina,
naquela partida específica, se já está “escrito” ou “pactuado” que o time da
Capital será vitorioso, por que, então, realiza-se o jogo?
2) Por que, então, desloca-se todo o time do Coritiba
para o Norte do Paraná, com jogadores, auxiliares, equipe técnica, torcedores,
para ver o jogo cujo resultado já está pré-determinado, combinado entre algumas
das partes?
3) Por que se faz os torcedores de Londrina perderem
tempo e dinheiro indo ao Estádio do Café só para passarem raiva? Por dinheiro,
obviamente!
4) Por que, se insulta a inteligência e a dignidade
das pessoas de bem, que não concordam com injustiças de qualquer tipo, em
qualquer área de atuação humana, com tamanho descalabro?
5) Por que será que, com a “nova concepção de ética”,
ditada por alguns partidos políticos que estão no poder, o que vale é o
resultado, não importando os meios que são adotados para se obter êxito, por
mais espúrios que sejam?
6) Por que ninguém mais se importa com os verdadeiros
valores que deveriam nortear a conduta da espécie humana, em todas as áreas de
atuação?
7) Por que será que até no Judiciário, às vezes, isso
também acontece, ou seja, o julgador, numa determinada disputa judicial, só vê
um lado, só aceita os argumentos de uma das partes, independentemente das
flagrantes mentiras nitidamente perceptíveis no próprio conteúdo dos Autos (processo),
simplesmente porque “está na moda” dar ganho de causa para aquele tipo de
reclamante, por mais mentirosa, dissimulada, mau caráter, e inescrupulosa que
seja aquela pessoa e até suas “testemunhas fabricadas” pelos advogados, com o
único intuito de prejudicar a parte contrária e também de auferir lucro, às
custas da desgraça alheia, usando-se de artifícios tão fantasiosos e descabidos
que, muitas vezes, a própria reclamante e sua “testemunha fabricada” entram em
contradição de tal forma que quase todo, senão todo o depoimento de ambas é
contraditório, ponto por ponto, item por item, mas, mesmo assim, o juiz, acaba
por favorecê-las, esquecendo-se totalmente que, do outro lado da contenda,
existe uma pessoa, um cidadão que tem uma história, um nome a zelar, tem
caráter, tem valores morais, tem direito, no mínimo, ao benefício da dúvida?
8) Por que será que as pessoas que agem com
parcialidade, que usam de artifícios para prejudicar outras pessoas, quer seja
por inveja, por ambição, por interesses espúrios ou até por vingança, não
percebem o quão pequenas estão se tornando a cada vez que cometem atos tão
hediondos, como os aqui relatados?
9) Por que será que, a cada dia com mais freqüência, pessoas de caráter duvidoso, do tipo da personagem Carolina (Bianca Bin), da novela Guerra dos Sexos, ou da personagem Lívia Marine (Cláudia Raia), da novela Salve Jorge, ambas exibidas pela Rede Globo, as quais são totalmente
dissimuladas, ambiciosas, na realidade muito perigosas, pois fingem-se de “coitadinhas” e vivem tramando contra
outras pessoas, supostamente mais bem sucedidas, para sempre “tirar alguma
vantagem da situação”, independentemente do tamanho do “desastre” que irão causar na vida dos outros, como se pode ver diariamente nessas novelas exibidas pela Rede Globo, nos horários das 19:20 h e 21:00 h, respectivamente, aparecem nas nossas
vidas para tentar tirar o que não temos e, pior que isso, destruir a mínima
imagem que possamos ter de pessoas de bem?
10) Por que será um julgador, supostamente
inteligente e experiente, deixa-se levar pela dissimulação e mentiras
flagrantes de pessoas como essas, muito perigosas, inescrupulosas e ambiciosas, pura e simplesmente para
manter o “stablishment”?
11) Por que será que, no caso do futebol,
diferentemente do basquete, a regra não é clara, ou seja, no caso do basquete
bola no pé ou pé na bola é falta e no futebol deveria ser o mesmo critério,
isto é, bola na mão ou mão na bola, tanto faz, deveria ser falta do mesmo
jeito, não se dando margem para interpretações dúbias ou manipulações desonestas
por parte do árbitro?
12) Da mesma forma, por que será que na justiça
comum, quando a parte reclamante mente comprovadamente ou não consegue provar
três ou quatro alegações, por exemplo, já não se coloca todo o seu pleito sob
suspeita, mandando-se arquivar o processo por absoluta improcedência,
condenando-a a arcar com todas as custas e honorários cabíveis, inclusive do
advogado da parte contrária?
13) Onde está o senso de justiça, a obrigação de se
ser justo e correto, ao se julgar processos, fatos, acontecimentos, faltas em
jogos de futebol?
14) Onde estão o senso critico e os valores morais
daqueles que deveriam ser, por força de obrigação, ética, moral e profissional,
justos em todos os seus julgamentos?
15) Em quem, afinal, as pessoas de bem e de bom senso
podem confiar?
Sincera e lamentavelmente, eu não sei!
Só tenho a lamentar amarguradamente tudo isso! Se isso
perdurar, tenho muita pena das próximas gerações!
LUIZ RORATO é inventor, escritor, poeta,
artista plástico, revisor, ilustrador, ex-ator amador, Bacharel em
Administração de Empresas, contabilista, empresário, Presidente da ABRACEM –
Associação Brasileira de Amparo às Crianças e aos Maiores Abandonados, membro
da APEP - Associação Paranaense de Escritores e Poetas