Desde quando cheguei em Curitiba, procedente de Londrina, não gostei das calçadas desta cidade. Aliás, acredito que poucas pessoas gostam de andar sobre pedras irregulares, do tipo paralelepípedo, pois é comum, em dias de chuva, por exemplo, a pessoa pisar em uma pedra solta e espirrar lama no outro pé, sujando as roupas, meias e calçados. Além disso, o número de poças d’água nas calçadas é tão grande, que é impossível se transitar sem encharcar os pés.
Não é difícil ouvir uma mulher reclamar que não é possível se andar em tais calçadas, com sapatos de salto alto, sem quebrar o salto, mais cedo ou mais tarde.
Empurrar carrinho de bebê, por exemplo, é um desconforto total, tanto para os pais quanto para os seus filhos, devido à trepidação, dificuldade de se transitar, exigindo muita força de quem empurra o carrinho, pois suas rodas pequenas enroscam a todo instante nas fendas existentes e nas próprias pedras irregulares.
Para aquelas e aqueles que trabalham andando o dia todo, tais como: vendedores ambulantes, carteiros, cobradores, garis e outros, é um sacrifício sem tamanho, andar nas calçadas curitibanas, pois até se acostumarem, ficam com os pés cheios de bolhas, conforme o tipo de calçado que usam, pois a irregularidade das pedras contribui sobremaneira para aumentar o sofrimento dessas pessoas.
Se o calçamento fosse plano, antiderrapante, de concreto, por exemplo, todo esse sofrimento seria minorado e, em muitos casos, não existiria, pois as mulheres não teriam como enroscarem seus saltos, as rodinhas dos carrinhos de feira, de bebê e outros não quebrariam ou se enroscariam, enfim, ninguém machucaria seus pés durante seu trabalho ou passeio pelos logradouros da capital paranaense. Sem dúvida alguma, seria uma contribuição enorme do poder público e dos próprios cidadãos que têm domicílio no perímetro urbano para a melhoria da qualidade de vida da população, sobretudo das mulheres que aqui vivem ou transitam.
Luiz Rorato, poeta, escritor, artista plástico, inventor, administrador, Empresário, contabilista, membro da Associação Paranaense de Escritores e Poetas - APEP, Presidente da Associação Brasileira de Amparo às Crianças e Maiores Abandonados - ABRACEM
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